Friday, June 22, 2007

NUNCA_NEGUE_UM_PÃO_A_NINGUÉM.

Passava do meio dia, o cheiro de  pão quente invadia
aquela rua, um sol
escaldante convidava a todos para um 
refresco...

Ricardinho não agüentou  o cheiro bom do pão e
falou:

- Pai, tô com fome!!!

O pai,  Agenor , sem ter
um  tostão no bolso,
caminhando desde muito cedo em busca de 

um
trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e
pede  mais um
pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu
tô  com muita fome, pai!!!

Envergonhado, triste e humilhado em seu
coração de  pai, Agenor pede para o
filho aguardar na calçada enquanto
entra na padaria a sua  frente...

Ao entrar dirige-se a um homem
no  balcão:

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6  anos
na porta, com muita
fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para 

buscar um emprego e nada
encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me 
forneça um pão para que eu
possa matar a fome desse menino, em troca
posso  varrer o chão de seu
estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou
outro  serviço que o senhor
precisar!!!


Amaro, o dono
da  padaria estranha aquele homem de semblante  calmo e
sofrido,
pedir comida em troca de trabalho e pede para que   ele chame
o
filho...

Agenor pega o  filho pela mão e  apresenta-o a
Amaro,
que  imediatamente pede que os dois sentem-se junto
ao balcão,
onde manda  servir dois pratos de comida
do famoso PF (Prato 

Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...

Para  Ricardinho era um 
sonho,
comer após tantas horas na rua...

Para Agenor, uma dor a 
mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o
lembrar-se da
esposa  e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um
punhado
de  fubá...

Grossas lágrimas desciam dos
seus olhos já na
primeira  garfada...

A satisfação de ver seu filho devorando 

aquele prato
simples como se fosse um manjar dos deuses, e
lembrança de
sua pequena família em casa, foi demais
para seu  coração tão cansado de
mais de 2 anos
de desemprego, humilhações e 
necessidades...

Amaro se aproxima  de Agenor e  percebendo
a
sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar
muito  ruim... Olha o meu amigo está até
chorando de tristeza desse
bife, será  que é sola de sapato?!?!

Imediatamente, Agenor sorri e
diz  que
nunca comeu comida tão apetitosa, e que
agradecia a Deus por
ter  esse prazer...

Amaro pede então  que ele sossegue
seu  coração, que almoçasse em paz e
depois conversariam sobre 

trabalho...

Mais confiante, Agenor enxuga as  lágrimas e começa a
almoçar, já que sua
fome já estava nas  costas...

Após o almoço,
Amaro  convida Agenor para
uma  conversa nos fundos da padaria,
onde havia
um pequeno  escritório...

Agenor conta então  que
há mais de 2 anos havia perdido
o emprego e desde então, sem uma 

especialidade
profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos 
"biscates aqui e
acolá", mas que há 2 meses não recebia 
nada...

Amaro resolve  então contratar Agenor para  serviços
gerais na padaria, e
penalizado, faz para o homem uma cesta  básica com
alimentos para pelo menos
15 dias...

Agenor com lágrimas  nos
olhos agradece a
confiança daquele homem e marca para o  dia
seguinte
seu início no trabalho...

Ao chegar em casa com  toda aquela
"fartura", Agenor é
um novo  homem - sentia esperanças, sentia
que
sua vida iria tomar novo  impulso...

Deus estava lhe abrindo
mais do que uma porta,
era  toda uma esperança de dias
melhores...

No dia seguinte, às 5 da  manhã, Agenor estava na 

porta da padaria ansioso
para iniciar seu novo  trabalho...

Amaro
chega logo  em seguida e sorri para aquele homem  que nem ele
sabia
porque  estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e
histórias  diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar
aquela  pessoa...

E, ele não se  enganou - durante um ano,
Agenor foi o mais  dedicado
trabalhador daquele estabelecimento, sempre
honesto e  extremamente zeloso
com seus deveres...

Um dia, Amaro

chama  Agenor para uma  conversa e
fala da escola que abriu vagas
para a alfabetização de  adultos um
quarteirão acima da padaria, e que
ele fazia questão
que   Agenor fosse  estudar...

Agenor
nunca  esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas
primeiras
letras e a  emoção da primeira carta...

Doze anos se
passam desde aquele  primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr.
Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu
escritório para seu 

cliente,
e depois outro, e depois mais outro...

Ao meio
dia   ele desce para  um café na padaria do amigo Amaro, que
fica
impressionado em ver o "antigo funcionário" tão elegante em seu
primeiro
terno...

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor
Baptista,
já com  uma clientela que mistura os mais necessitados
que
não podem pagar, e  os mais abastados que o
pagam muito bem, resolve
criar uma Instituição  que
oferece aos desvalidos da sorte, que andam
pelas ruas,
pessoas  desempregadas e carentes de todos os tipos,
um
prato de comida  diariamente na hora do almoço...

Mais de 200
refeições são servidas  diariamente naquele lugar que é
administrado
pelo seu filho , o agora  nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo
mudou, tudo passou, mas a amizade  daqueles dois homens, Amaro
e
Agenor  impressionava a todos que conheciam um pouco da história de
cada
um...

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia,
quase  que a mesma
hora, morrendo placidamente
com um sorriso de
dever  cumprido...

Ricardinho, o filho  mandou gravar na frente
da "Casa do Caminho", que seu
pai fundou com tanto  carinho:

"Um
dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu  estava
sem esperanças
e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho,  e você me
deu Deus, e
isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e  alimente
sua alma.
E, que te sobre
o pão da misericórdia para estender  a quem
precisar!!!"
(História  verídica)

Se acharem que vale a pena
repassem, pois nunca
tarde para começar e sempre é cedo para
parar!!!

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